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15 de nov. de 2022

Internet, redes sociais e uma sociedade melhor ?

O fundador do Orkut.com, Orkut Buyukkokten, comenta sobre sua próxima rede social e os desafios para criar uma experiência social positiva após rumores de um retorno do Orkut. Lá em 2004, a internet estava em fase de popularização no Brasil. O país começava a sair da era da conexão discada e engatinhava na banda larga, o que abriu as porteiras para novas experiências virtuais. Uma das experiências que mais se destacou nessa fase da relação do brasileiro com a rede tinha um nome estranho: Orkut. Um tipo de plataforma lançada pelo Google que servia para reunir amigos, trocar scraps, escrever testimonials e encontrar novas pessoas com interesses similares em comunidades, que se assemelhavam aos fóruns que já eram bastante conhecidos na época.

Foi uma das primeiras redes sociais já criadas. Foi também a primeira rede social de muitos brasileiros e uma pedra fundamental na construção da cultura internética brasileira. A página foi oficialmente descontinuada em 2014.

Mais de 18 anos depois do lançamento do Orkut, o cenário não poderia ser mais diferente. O Facebook, que também dava seus primeiros passos em 2004, se tornou uma corporação gigantesca com bilhões de usuários mensais. Aconteceu a revolução do smartphone. Instagram e Twitter surgiram e cresceram. O TikTok nasceu e se tornou a primeira plataforma social chinesa a ter grande alcance no Ocidente. 

 

Tudo isso fez a sociedade melhor ou pior? "Pior, sem dúvidas" responde Orkut Buyukkokten, criador da rede social que levava seu primeiro nome, em entrevista ao site Canaltech.

O ex-gerente de produto do Google esteve no Brasil para falar de seu novo projeto de rede social, que ainda é misterioso. Ele reativou o site Orkut.com, o que indica um possível retorno da plataforma, mas ainda tem cautela ao falar sobre seus próximos passos.

"Oficialmente, não posso dizer que o Orkut.com está voltando", diz ele, que apenas recomenda aos curiosos o cadastro do email no site para que recebam as últimas novidades.

Orkut não tem papas na língua quando fala do atual mercado de redes sociais. Para ele, a maneira como se deu a evolução das plataformas com o tempo tem pouquíssimo a ver com o bem-estar do usuário.

Ele aponta que a única preocupação das empresas está em desenvolver algoritmos que ampliem a retenção do usuário e mantê-lo navegando e rolando a tela infinitamente. Para isso, são capturados dados das ações mais mínimas dos usuários.

Para ele, esse é o problema que faz dos grupos do Facebook serem falhos, ainda que tentem replicar a experiência de reunir pessoas que têm interesses em comum.

"A tecnologia, por meio de aprendizado de máquina e inteligência artificial, é capaz de manipular o comportamento do usuário por trás das cortinas, sem que você saiba o que está acontecendo", explica Orkut. E isso tem dois objetivos: o primeiro é garantir a apresentação de conteúdo que mantenha o usuário rolando a tela; o segundo é criar um perfil para gerar anúncios ultradirecionados e incentivar o usuário a comprar algo. "Não é para fazê-lo feliz, não é para fazer novos amigos. É apenas para maximizar o lucro".

"A questão é: as empresas estão medindo as coisas certas? Elas estão medindo se as pessoas estão felizes e tendo conversas significativas? Ou se são grupos extremistas tentando disseminar notícias falsas?", questiona Buyukkokten.


Fonte: www.terra.com.br/byte

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