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9 de mar. de 2020

Disputa comercial internacional provoca queda do preço do petróleo em todo o mundo


A disputa e queda do preço do petróleo provoca impacto histórico no mercado financeiro brasileiro. 

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa brasileira B3, caía 12% às 16h12, aos 86.205,89 pontos, o menor nível desde dezembro de 2018. Logo início das negociações, uma baixa de 10% acionou o mecanismo de “circuit breaker”, que mantém as transações paralisadas por meia hora para esfriar os ânimos. A bolsa brasileira está acompanhando o mercado externo.

Em meio ao pânico com o coronavírus, que tem castigado os mercados em todo o mundo desde fevereiro, agora também a baixa do petróleo faz os investidores correrem dos investimentos considerados mais arriscados, como as ações, para buscar refúgio em aplicações tidas como seguras. O índice Standard & Poor’s 500, de Nova York, também suspendeu as negociações após sua queda bater em 5%.

Na retomada dos negócios após a paralisação pelo “circuit breaker”, a ação preferencial da Petrobras recuava 25%, para 16,99 reais. A petroleira é a empresa mais importante da B3, com peso de cerca de 10% no Ibovespa. Depois, vem o Itaú Unibanco, que caía 7,20%, a 27,74 reais.



Segundo Jefferson Laatus, sócio do Grupo Laatus, o mercado pode estar antecipando uma possível guerra dada a decisão de derrubar o valor do petróleo. Já Adriano Cantreva, sócio da Portofino Investimentos, acredita que o caos será temporário. “A minha recomendação para os investidores é manter a calma. É necessário lembrar que o investimento é de longo prazo: então, é importante ter ações de empresas de qualidade. Nesse sentido, o momento pode ser até uma oportunidade para comprar os ativos que estão mais baratos”, afirma.

Antes da queda de hoje, o Ibovespa já havia perdido 17% neste ano. Na sexta-feira, com grandes incertezas em relação à disseminação do coronavírus, o índice recuou 4,1%. Mas notícias sobre a epidemia surgiram no final de semana, com a Itália isolando 16 milhões de pessoas na região norte do país após as infecções superarem 7 mil e as mortes baterem em 360. Porém, a disputa sobre o preço do petróleo entre a Rússia e a Arábia Saudita pegou os mercados de surpresa.

A estatal saudita Saudi Aramco anunciou no sábado um plano de cortar o preço do petróleo em 20%. O barril de petróleo do tipo Brent, que serve de referência para os preços, apresentava queda de 21% às 10h40 desta segunda-feira, a 35,81 dólares. Mais cedo, chegou a cair quase 34%, negociado a 27,34 dólares, o menor valor desde fevereiro de 2016.

O anúncio da Saudi foi feito em meio a uma guerra interna entre os produtores de petróleo. Com a queda no consumo global gerada pelo coronavírus, os sauditas propuseram uma redução na produção na última reunião da Opep (que reúne os maiores produtores de petróleo), mantendo ou aumentando preços.

Os russos foram contra, uma vez que seu orçamento é mais preparado para um cenário de preços baixos, segundo o analista Thiago Duarte, do banco BTG Pactual. Em retaliação, os sauditas decidiram aumentar sua produção de petróleo em 10 milhões de barris por dia, aumentando a oferta mesmo em um cenário de consumo baixo.

Países cujo orçamento têm forte dependência do petróleo, como Iraque, Irã e Nigéria, sofrerão um forte impacto. A Venezuela, já em crise, também será afetada. Os EUA aumentaram fortemente sua participação no mercado global de petróleo graças ao shale gas, ou gás de xisto. Mas esta produção só é viável com preços de petróleo mais altos. Por isso, a indústria americana de shale gas será fortemente afetada.

A bola de neve também afetou os continentes Asiático e Europeu. A Bolsa de Tóquio foi especialmente afetada, com a disparada da cotação do iene, considerado um valor refúgio, na comparação com o dólar. O índice Nikkei registrou queda de 5,07%, a 19.698,76 pontos, algo que não acontecia desde fevereiro de 2018, no início da guerra comercial entre Estados Unidos e China. 

Os mercados chineses também operavam em forte queda. O índice Hang Seng de Hong Kong recuou quase 3,7%. A Bolsa de Shenzhen retrocedia 2,86% e a de Xangai mais de 3%. A bolsa norte americana recuou quase 8,0% levando a interrupção das negociações na Nyse e Nasdad. As bolsas na Europa recuaram até 11,0%. Na Alemanha, o índice DAX caiu também mais de 8,0% e na Inglaterra, o FTSE 100, levou um tombo que chegou a 7,91%.


Fonte: Com exame.com.br, globo.com e veja.abril.com.br.

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